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A reforma tributária e as possíveis consequências para sociedades médicas

O Brasil vive um momento de importantes transformações fiscais que vão redesenhar a forma como as instituições de saúde lidam com suas obrigações com o fisco. Afinal, a reforma tributária para sociedades médicas traz consigo uma série de diretrizes que podem afetar a lucratividade e a gestão financeira dessas entidades.
Como ficará a sua clínica ou consultório diante dessa nova realidade fiscal? Por um lado, as alterações podem simplificar processos e potencialmente reduzir a carga tributária para alguns.
Por outro, podem trazer maior complexidade para outros segmentos da classe médica. Dessa forma, compreender as nuances dessa reforma é essencial para uma boa gestão financeira e contábil.

Impactos da reforma tributária para sociedades médicas

A reforma tributária brasileira traz mudanças significativas que afetarão as sociedades médicas em diversos aspectos operacionais e financeiros. Nesse sentido, as alterações na estrutura tributária criam tanto oportunidades quanto desafios para os profissionais da área da saúde. Entenda os detalhes nos tópicos a seguir.

Unificação de tributos em IBS e CBS

O novo sistema tributário substituirá impostos como ISS, PIS e Cofins pelos novos IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).
Para as clínicas e consultórios, a simplificação poderá reduzir a complexidade administrativa, diminuindo custos com conformidade fiscal. Isso porque, atualmente, as sociedades médicas precisam lidar com múltiplos impostos, cada um com suas peculiaridades e regras.
A mudança para o sistema IBS promete maior transparência, facilitando o entendimento da carga tributária real. Porém, exigirá adaptações nos sistemas de gestão financeira e contábil empresarial.
Uma questão a se atentar é que as novas regras também poderão afetar a forma como os custos são repassados ao longo da cadeia de serviços médicos, potencialmente alterando a precificação dos procedimentos e consultas.
Foto em close-up seletiva de blocos de madeira com letras que formavam as palavras "Reforma Tributária" em um laptop

Redução de alíquotas para serviços médicos

No contexto da reforma tributária para sociedades médicas, um dos pontos mais relevantes é a redução de 60% nas alíquotas do IBS e CBS para serviços médicos. Com a alíquota padrão estimada em aproximadamente 27,5%, os serviços passariam a ter uma tributação de cerca de 10,6%. A base legal está no  Projeto de Lei Complementar

(PLP) 68/2024.

Esta redução abrange diversos procedimentos importantes, incluindo:

No entanto, é importante que as sociedades médicas verifiquem se seus serviços específicos estão contemplados na lista oficial. Nem todos os serviços prestados terão direito automático à alíquota reduzida.

Possível aumento de carga tributária

Apesar da redução nas alíquotas, algumas sociedades médicas poderão enfrentar um aumento em sua carga tributária total. Este cenário variará conforme o perfil de cada operação e o atual regime tributário adotado.

Sociedades que hoje operam no Simples Nacional, por exemplo, podem experimentar impactos diferentes daquelas no Lucro Presumido ou Lucro Real. A mudança pode ser particularmente significativa para sociedades de pequeno porte que atualmente se beneficiam de alíquotas mais baixas.

A criação de um modelo chamado “simples híbrido” traz novas possibilidades para quem opta pelo Simples Nacional, mas também exige análise cuidadosa e planejamento, pois o aumento no volume de impostos pode ocorrer mesmo considerando a redução de 60%.

No caso de Lucro Presumido e Lucro Real, um fator vital será a possibilidade de aproveitamento de créditos tributários nas compras de insumos e equipamentos. Clínicas com alto investimento em tecnologia e materiais poderão compensar parte do aumento através destes créditos.

Como não poderia deixar de ser, os impactos também variarão conforme a localização da sociedade médica, já que estados e municípios terão autonomia para definir suas próprias alíquotas do IBS.

Transição gradual até 2033

A implementação da reforma tributária seguirá um cronograma gradual, proporcionando às sociedades médicas tempo para adaptação. Esta transição começará em 2026 e se estenderá até 2033, quando o novo sistema estará completamente implementado.
O cronograma da transição é o seguinte:

Em todo caso, a adaptação antecipada será fundamental para minimizar impactos negativos e aproveitar possíveis benefícios do novo sistema.

Split payment

O sistema de “Split Payment” representa uma mudança significativa na operacionalização dos pagamentos de tributos na reforma tributária para sociedades médicas. Neste modelo, o valor dos impostos é separado automaticamente no momento do pagamento pelo serviço.
Para clínicas e consultórios, isso significa que parte do valor recebido pelos serviços prestados será direcionada diretamente aos cofres públicos. Esta mudança afetará o fluxo de caixa dos estabelecimentos de saúde, que receberão apenas o valor líquido após a dedução automática dos tributos.
O sistema exigirá adaptações nos processos de faturamento e gestão financeira. Sociedades médicas precisarão revisar suas estratégias de capital de giro, visto que o valor integral não estará mais disponível no momento do recebimento.

Como as sociedades médicas podem fazer um planejamento contábil?

Com a iminente implementação da reforma tributária em 2026, clínicas e consultórios devem adotar um planejamento contábil estratégico para se adaptarem às novas exigências fiscais.

Ao considerarmos a reforma tributária para sociedades médicas, ela introduzirá tributos e essa mudança impactará diretamente as práticas contábeis e financeiras das empresas, exigindo atualização de processos e rotinas contábeis, além de reflexos no fluxo de caixa.

Para se preparar adequadamente, é essencial que as clínicas e consultórios médicos busquem a ajuda de serviços de contabilidade especializados para uma análise de sua estrutura tributária atual, considerando os regimes de tributação disponíveis e as possíveis alterações nas alíquotas.

Além disso, é recomendado revisar os contratos existentes e capacitar as equipes administrativas para lidar com as novas obrigações fiscais e investir em sistemas de gestão que facilitem o cumprimento das exigências legais.

 

A adoção de um planejamento contábil proativo permitirá que as sociedades médicas minimizem riscos, aproveitem oportunidades de créditos tributários e mantenham a sustentabilidade financeira em um cenário tributário em mudança.

 

Se você precisa se adequar às novas regras que entrarão em vigor, entre em contato com os contadores e especialistas da Condux!

 

 

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