NFT de saúde? Explorando inovação e segurança na gestão de dados clínicos e continuidade do cuidado

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O NFT de saúde surge como uma possibilidade inovadora para que pacientes tenham maior controle sobre suas informações médicas, decidindo quando, como e por quanto compartilhá-las, em vez de permitir que apenas empresas lucrem com esses dados.

Em 2021, o geneticista George Church, da Universidade de Harvard, anunciou planos de leiloar seu genoma como NFT. O projeto acabou sendo adaptado: em vez do genoma, NFTs com sua imagem foram publicados em 2022. Esse evento marcou o início de uma era em que pacientes podem ter supervisão sobre seus dados de saúde através da tecnologia blockchain, mostrando que indivíduos podem reivindicar maior controle sobre informações sensíveis, incluindo dados genéticos.

Mas como essa tecnologia pode transformar a relação entre pacientes, médicos e o sistema de saúde? Por meio de certificados digitais únicos, os NFTs oferecem rastreabilidade desde medicamentos até prontuários eletrônicos, criando um ecossistema mais transparente e seguro, embora essa aplicação ainda seja conceitual e experimental no Brasil.

O que são NFTs?

NFT significa Non-Fungible Token (token não fungível) e representa um certificado digital único que comprova a propriedade de um ativo digital por meio da tecnologia blockchain.

Diferentemente de criptomoedas como Bitcoin ou Ethereum, que são fungíveis (podem ser trocadas por outras idênticas), cada NFT possui características exclusivas e não pode ser substituído. Cada token utiliza um hash criptográfico, uma espécie de impressão digital única que garante a integridade do ativo.

Como os dados são armazenados?

O token em si não armazena grandes volumes de informações clínicas na blockchain (armazenamento on-chain), pois isso seria caro e inviável. Em vez disso, são usados sistemas de armazenamento off-chain, como IPFS (InterPlanetary File System), que guardam os dados clínicos de forma segura.

O NFT funciona como uma chave digital de acesso, permitindo ao paciente controlar quem pode acessar suas informações, desde que os sistemas e protocolos de consentimento digital estejam corretamente implementados. É importante lembrar que o controle total depende dessas tecnologias e políticas de segurança, não apenas da blockchain.

Na Polônia, a Fundação de Oncologia Alivia lançou o projeto ‘Buy My Cancer’, que comercializa NFTs de células cancerígenas como forma de arrecadar recursos para o combate ao câncer, mostrando como a tokenização pode ser aplicada de maneira inovadora e educativa.

Principais aplicações dos NFTs na saúde

Embora ainda em fase experimental, os NFTs podem impactar diretamente:

Gestão e controle de dados médicos

Pacientes podem gerar tokens digitais únicos que apontam para seus dados clínicos armazenados de forma off-chain, permitindo que profissionais de saúde autorizados acessem o histórico com segurança. Isso ajuda a evitar redundâncias, como múltiplos cadastros e exames repetidos, promovendo continuidade do cuidado e agilizando processos clínicos, inclusive em telemedicina e redes de clínicas interconectadas.

Combate a produtos farmacêuticos falsificados

Cada lote de medicamento pode receber um NFT exclusivo, funcionando como um identificador digital. Farmácias e pacientes poderiam verificar a autenticidade por meio de QR codes ligados ao NFT, rastreando a cadeia de custódia desde a fabricação até o paciente.

Observação importante: essa prática ainda é experimental e não é regulamentada pela Anvisa ou por órgãos internacionais como uma exigência formal.

A rastreabilidade é especialmente relevante em vacinas e medicamentos sensíveis à temperatura, permitindo que autoridades de saúde identifiquem lotes problemáticos rapidamente, o que pode reduzir riscos e agilizar recalls.

Impacto na prática clínica

Os NFTs de saúde podem potencialmente melhorar a continuidade do cuidado ao permitir compartilhamento seguro e rápido de informações entre profissionais e instituições. Médicos teriam acesso mais ágil ao histórico completo do paciente, evitando exames desnecessários e aumentando a eficiência do atendimento.

No entanto, é fundamental lembrar que essa tecnologia ainda não é prática clínica consolidada no Brasil; seu uso real depende de integração com sistemas de gestão hospitalar e protocolos de consentimento digital.

Regulamentação, ética e conformidade legal

Os NFTs de saúde operam em um cenário regulatório complexo e em evolução. Normas internacionais como GDPR (União Europeia) e HIPAA (EUA) não foram criadas pensando em blockchain, apresentando desafios como o “direito ao esquecimento”, que é difícil de aplicar em registros imutáveis.

No Brasil, a LGPD, o Código de Ética Médica e as normas da Anvisa são aplicáveis, exigindo que contratos e políticas de consentimento sejam claros antes da adoção de qualquer tecnologia baseada em NFT.

Questões éticas incluem:

  • Proteção de dados sensíveis do paciente.
  • Uso comercial não autorizado das informações.
  • Definição clara de propriedade entre o token digital e os dados clínicos.

Elementos-chave para implementação segura incluem:

  • Políticas de consentimento informado.
  • Protocolos rigorosos de segurança de dados.
  • Auditoria e monitoramento de conformidade.
  • Mecanismos de reversibilidade quando necessário.

Conclusão

Os NFTs de saúde representam uma inovação promissora para aumentar segurança, rastreabilidade e autonomia do paciente sobre seus dados clínicos, mas ainda são experimentais e sujeitos a regulamentação. Médicos, clínicas e gestores de saúde devem avaliar cuidadosamente riscos, regulamentações e políticas de consentimento antes de adotar qualquer solução baseada em NFTs.

Agora que você entende como funciona o NFT de saúde, continue acompanhando o blog da Condux e mantenha-se informado sobre inovações que podem transformar a prática médica e a gestão de dados clínicos.

 

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